Tem tempo? Deixe-se «ir».

Lagos Escondido e Fagnano, Tierra del Fuego


A excursão aos lagos Escondido e Fagnano, e à lagoa Bombilla, na Terra do Fogo, em pleno Inverno é das experiências mais intensas por que alguma vez passei. Quando me recolheram no hotel e entrei no todo o terreno, percebi que iria ser um dia inesquecível, pois ao sairmos de Ushuaia, o guia disse-nos que estávamos na 'Ruta nº3'. Ou seja, numa estrada nacional. Só que não víamos o piso, pois tudo à nossa volta era neve.


A tal 'Ruta nº3' que no Verão se deve ver, mas no Inverno não há forma de percebermos onde está a estrada e onde ficam as bermas. Mas com guias experientes, começamos logo a confiar neles. Passámos pelo vale Carbajal e um outro que não me lembro o nome e detivemo-nos no 'Paso Garibaldi' para umas fotografias.


Nesse lugar está um ponto de paragem para podermos apreciar a paisagem, vendo-se os lagos Escondido e Fagnano. Aqui estamos nós a sair do todo terreno e a confraternizar um pouco.


É por aqui perto que se sai da Ruta nº 3 e entramos em caminhos secundários. E como se sente a diferença, apesar de à vista desarmada parecer tudo igual em termos de neve. Em direcção ao lago Fagnano até chegarmos a um restaurante enorme e vazio de gente para tomarmos um café, com uma paisagem que só se vê nos filmes.


Um troço da Ruta nº 3.


Não parece, mas é um caminho secundário, onde o Land Rover teve um pequeno problema, resolvido no local.


Por ser o mais idoso e o mais pesado deram-me o lugar da frente, ao lado do condutor.


Por estes caminhos secundários, o trajecto é longo, dura quase uma hora, umas vezes à beira do lago, outras atravessando o bosque e outras ainda, por dentro de água. Nem me recordo de quantas vezes o veículo se inclinou para o meu lado e pensei que se viraria. Hoje, rio-me...


Depois de deixarmos o lago Fagnano, fomos em direcção a uma razoável lagoa chamada Bombilla e muito antes de chegarmos a uma cabana-refúgio - à beira da lagoa, onde nos prepararam um belo almoço -, o guia perguntou quem queria fazer o trajecto a pé, de um certo local até ao refúgio. A coisa demora bastante, mas dizem os que foram que foi uma experiência a não esquecer. Os outros seguiram no todo o terreno. Eu e mais dois. :)


Depois do almoço na cabana-refúgio é dado aos passageiros um tempo para andarmos, ver a paisagem, ou termos uma conversa entre todos. Lembro-me de ter proposto uma meditação sentados nuns troncos de árvores caídas, à beira da lagoa e todos aceitaram. Foi único, em que pessoas de diferentes nacionalidades partilharam 'milagrosamente' de um momento especial. Quando terminámos a meditação e conversámos um pouco sobre o que tínhamos vivenciado, ficámos todos muito surpreendidos, pois aparentemente, foi-nos dada a possibilidade de acedermos à mesma visão, um assunto ligado à Antárctida. Jamais me esquecerei deste momento na minha vida.


Depois é o regresso a Ushuaia, por outros caminhos secundários, até que se entra novamente na Ruta nº 3.


Continuando com a minha co-criação de nesta terceira e última fase da minha vida,
viver metade do ano na Patagónia 'sureña' e a outra metade em Portugal,
de preferência nos Outonos/Invernos de cada país.
Fazendo astrologia, claro!


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